A postagem a seguir seguiu por e-mail para o mailing do ciclo de cinema, a intenção era publicar o texto no início do ano! Está atrasado, porém como faz parte da sequência dos acontecimentos relacionados ao blog achei que seria importante deixar registrado!
PREZADOS AMIGOS!
BOA NOITE E FELIZ ANO NOVO!
Recomeçar o ciclo. Ano Novo é isso também, e muito mais!
2010 foi um ano que marcou mudanças de postura e direcionamento em minha vida particular e o ciclo de cinema foi um desses acontecimentos que, para mim, definiram o encerramento de um processo. Como assim? O início do ciclo definiu um fim?
Sim é isso. Para quem já leu o blog sabe que a concepção e preparação demorou quase 3 anos... Não de planejamento, mas de “acontecimentos”.
1- Tive que abrir espaço em minha agenda pessoal (familiar) e profissional. Negociar este tempo precioso com a família, pois uma vez por mês chegaria tarde em casa no meio da semana (naquela época ainda não havíamos definido o dia do ciclo).
2- Teve que “acontecer” a mudança da GarageCode para o espaço na Vila Olímpia.
3- Houve um tempo precioso também para discutir com amigos o que poderia ser este evento, conversas na hora do almoço, nos passeios de fim de semana e por e-mails.
4- Houve a necessidade de conhecer outros encontros similares. Até para entender o que seria interessante ou não em função do perfil do grupo (sim, o grupo tem um perfil e tem, apesar das “caras” completamente diversas, algo em comum que os une).
Parecem poucos acontecimentos, porém ao encadeá-los no dia a dia, de repente, passaram-se 3 anos!
Para registro: Vimos filmes de produção Franco-Iraniana, Alemã, Peruana e Argentina (Persépolis, Corra Lola Corra, Pantaleão e as Visitadoras e Nove Rainhas).
A lista de filmes para exibição está crescendo e, quem sabe, o ciclo passará a ter duas edições mensais!
Este ano gostaria de pensar sobre diversidade (alternativas) e criatividade (novidades). O espaço do ciclo deve privilegiar, sobretudo, produções que usualmente não pegaríamos na prateleira da locadora e que talvez não tivemos a chance de vê-las na telona.
Neste aspecto minha atenção foi atraída por uma produção que tem acontecido através de doações pela internet. Nas pesquisas sobre filmes, acessei o site VODO.NET (VOluntary DOnation) que se propõe a “ajudar na promoção e distribuição de novos e criativos trabalhos através do mundo possibilitando àqueles que gostaram destes projetos realizar doações aos autores”. Os filmes são distribuídos via P2P.Conheci um projeto chamado PIONEER.ONE, trata-se de uma série produzida a partir de doações dos expectadores e a continuidade da mesma baseia-se na arrecadação de doações. Interessante é o processo de distribuição da série (via internet através de cliente torrent) e a idéia que fica subentendida: baixe e assista, se gostou faça a doação, caso contrário não faça e o projeto acaba!
Baixei os dois primeiros episódios, assisti e fiz uma doação de US$5,00. Torço para que consigam os US$20.000,00 necessários para a produção de cada episódio!
Talvez o segundo encontro do mês possa servir para apreciarmos produções (não necessariamente feitas para a telona), assim teríamos um “ciclo de seriados distribuídos via torrent e produzidos através de doações voluntárias via internet...”
Brincadeiras à parte, se alguém puder comentar, gostaria muito de saber a opinião de vocês sobre o assunto.
Para quem teve paciência de ler o e-mail até aqui, parabéns! Vamos ao que interessa!
O filme deste mês, que já havia sido indicado em Outubro, é uma comédia do diretor dinamarquês Lars Von Trier dirigida no intervalo das produções de sua trilogia que se passa nos Estados Unidos (Dogville, Manderlay e Washington). Trata-se de Direktøren for det hele (O Grande Chefe). Trailer.
A história, que se passa na Dinamarca, trata de um empresário que, sem coragem de assumir o ônus da antipatia que a direção de uma empresa traz com medidas impopulares, cria a figura de um presidente fictício. Daí o título do filme.
O impasse acontece diante da possibilidade de venda da empresa desenvolvedora de softwares para uma concorrente da Islândia, neste caso o grande chefe terá que aparecer. A solução é contratar um ator para o papel...
Lars Von Trier critica a hipocrisia por trás da postura de executivos que, querendo ser aceitos e bem quistos, escondem um lado egoísta e ganancioso.
Sobre o diretor e sua filmografia:
· Foi o mentor, junto com Thomas Vinterberg, do movimento DOGMA 95, manifesto que propõe um cinema mais purista e sem efeitos especiais;
· Em 2000 o filme “Dançando no Escuro” com a artista islandesa Björk recebeu a Palma de Ouro em Canes;
· Nunca foi aos EUA, mas já dirigiu 3 filmes que se passam na terra do tio Sam, justifica: “... minha vida, assim como a de grande parte das pessoas do mundo, é composta em 70% por elementos difundidos pela cultura americana, e por isso não temia apresentar em meu filme uma faceta dessa sociedade, acreditando que essa só se tornaria mais interessante por possuir as características e erros da visão de um estrangeiro”
O Próximo Ciclo de Cinema será no dia 17 de Janeiro, às 20:00h na GarageCode (R. Ponta Delgada, 43 – Vila Olímpia).
Para Fevereiro, além de estudar a mudança proposta pelo Cláudio de passar a ser na segunda segunda-feira (quase todas as terceiras segunda-feira choveram ou estavam frias!), tenho como sugestão um dos filmes da trilogia de início de carreira do Ang Lee (O Tigre e o Dragão, O Segredo de Brokeback Mountain, Razão e Sensibilidade, para citar algumas obras deste diretor) sobre relacionamentos humanos: · Arte de Viver
· Comer, Beber, Viver
· Banquete de Casamento
São filmes que não se encontram facilmente para locação ou aquisição (foi o caso de Nove Rainhas). Aguardo sugestões.Abraços!
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