segunda-feira, 4 de julho de 2011

2011 - ciclo de cinema e outras mídias

A postagem a seguir seguiu por e-mail para o mailing do ciclo de cinema, a intenção era publicar o texto no início do ano! Está atrasado, porém como faz parte da sequência dos acontecimentos relacionados ao blog achei que seria importante deixar registrado!


PREZADOS AMIGOS!

BOA NOITE E FELIZ ANO NOVO!

Recomeçar o ciclo. Ano Novo é isso também, e muito mais!

2010 foi um ano que marcou mudanças de postura e direcionamento em minha vida particular e o ciclo de cinema foi um desses acontecimentos que, para mim, definiram o encerramento de um processo. Como assim? O início do ciclo definiu um fim?

Sim é isso. Para quem já leu o blog sabe que a concepção e preparação demorou quase 3 anos... Não de planejamento, mas de “acontecimentos”.

1-   Tive que abrir espaço em minha agenda pessoal (familiar) e profissional. Negociar este tempo precioso com a família, pois uma vez por mês chegaria tarde em casa no meio da semana (naquela época ainda não havíamos definido o dia do ciclo).

2-   Teve que “acontecer” a mudança da GarageCode para o espaço na Vila Olímpia.

3-   Houve um tempo precioso também para discutir com amigos o que poderia ser este evento, conversas na hora do almoço, nos passeios de fim de semana e por e-mails.

4-   Houve a necessidade de conhecer outros encontros similares. Até para entender o que seria interessante ou não em função do perfil do grupo (sim, o grupo tem um perfil e tem, apesar das “caras” completamente diversas, algo em comum que os une).

Parecem poucos acontecimentos, porém ao encadeá-los no dia a dia, de repente, passaram-se 3 anos!


Para registro: Vimos filmes de produção Franco-Iraniana, Alemã, Peruana e Argentina (Persépolis, Corra Lola Corra, Pantaleão e as Visitadoras e Nove Rainhas).

A lista de filmes para exibição está crescendo e, quem sabe, o ciclo passará a ter duas edições mensais!

Este ano gostaria de pensar sobre diversidade (alternativas) e criatividade (novidades). O espaço do ciclo deve privilegiar, sobretudo, produções que usualmente não pegaríamos na prateleira da locadora e que talvez não tivemos a chance de vê-las na telona.
Neste aspecto minha atenção foi atraída por uma produção que tem acontecido através de doações pela internet. Nas pesquisas sobre filmes, acessei o site VODO.NET (VOluntary DOnation) que se propõe a “ajudar na promoção e distribuição de novos e criativos trabalhos através do mundo possibilitando àqueles que gostaram destes projetos realizar doações aos autores”. Os filmes são distribuídos via P2P.
Conheci um projeto chamado PIONEER.ONE, trata-se de uma série produzida a partir de doações dos expectadores e a continuidade da mesma baseia-se na arrecadação de doações. Interessante é o processo de distribuição da série (via internet através de cliente torrent) e a idéia que fica subentendida: baixe e assista, se gostou faça a doação, caso contrário não faça e o projeto acaba!
Baixei os dois primeiros episódios, assisti e fiz uma doação de US$5,00. Torço para que consigam os US$20.000,00 necessários para a produção de cada episódio!
Talvez o segundo encontro do mês possa servir para apreciarmos produções (não necessariamente feitas para a telona), assim teríamos um “ciclo de seriados distribuídos via torrent e produzidos através de doações voluntárias via internet...”
Brincadeiras à parte, se alguém puder comentar, gostaria muito de saber a opinião de vocês sobre o assunto.
Para quem teve paciência de ler o e-mail até aqui, parabéns! Vamos ao que interessa!

O filme deste mês, que já havia sido indicado em Outubro, é uma comédia do diretor dinamarquês Lars Von Trier dirigida no intervalo das produções de sua trilogia que se passa nos Estados Unidos (Dogville, Manderlay e Washington). Trata-se de  Direktøren for det hele (O Grande Chefe). Trailer.

A história, que se passa na Dinamarca, trata de um empresário que, sem coragem de assumir o ônus da antipatia que a direção de uma empresa traz com medidas impopulares, cria a figura de um presidente fictício. Daí o título do filme.

O impasse acontece diante da possibilidade de venda da empresa desenvolvedora de softwares para uma concorrente da Islândia, neste caso o grande chefe terá que aparecer. A solução é contratar um ator para o papel...

Lars Von Trier critica a hipocrisia por trás da postura de executivos que, querendo ser aceitos e bem quistos, escondem um lado egoísta e ganancioso.


Sobre o diretor e sua filmografia:

·         Foi o mentor, junto com Thomas Vinterberg, do movimento DOGMA 95, manifesto que propõe um cinema mais purista e sem efeitos especiais;
·         Em 2000 o  filme “Dançando no Escuro”  com a artista islandesa Björk recebeu a Palma de Ouro em Canes;
·         Nunca foi aos EUA, mas já dirigiu 3 filmes que se passam na terra do tio Sam, justifica: “... minha vida, assim como a de grande parte das pessoas do mundo, é composta em 70% por elementos difundidos pela cultura americana, e por isso não temia apresentar em meu filme uma faceta dessa sociedade, acreditando que essa só se tornaria mais interessante por possuir as características e erros da visão de um estrangeiro”


O Próximo Ciclo de Cinema será no dia 17 de Janeiro, às 20:00h na GarageCode (R. Ponta Delgada, 43 – Vila Olímpia).
Para Fevereiro, além de estudar a mudança proposta pelo Cláudio de passar a ser na segunda segunda-feira (quase todas as terceiras segunda-feira choveram ou estavam frias!), tenho como sugestão um dos filmes da trilogia de início de carreira do Ang Lee (O Tigre e o Dragão, O Segredo de Brokeback Mountain, Razão e Sensibilidade, para citar algumas obras deste diretor) sobre relacionamentos humanos:
·         Arte de Viver
·         Comer, Beber, Viver
·         Banquete de Casamento
São filmes que não se encontram facilmente para locação ou aquisição (foi o caso de Nove Rainhas). Aguardo sugestões.
Abraços!